Bem vindos ao blog dos Jardins de Infância do Agrupamento de Escolas de Matosinhos Sul

Uma vez que as novas tecnologias oferecem a possibilidade de potenciar e enriquecer a criatividade da própria criança e estimular as funções psicológicas, físico e sócio afectivo da mesma, partilhamos convosco este espaço de livre expressão/informação utilizando diferentes registos dos diversos trabalhos realizados nas nossas salas.
Contamos convosco para nos conhecerem, consultarem, observarem e darem a vossa opinião partilhando propostas que vão de encontro aos nossos objectivos, características, necessidades do grupo e de cada criança como ser único.

10/05/10

Fases do desenvolvimento do desenho infantil

O desenho é anterior á linguagem escrita e é considerado uma das antigas formas de comunicação do ser humano (desenhos rupestres). É uma fonte frutífera de informação e compreensão da personalidade, sendo que ele não se constitui uma reprodução fiel da realidade e sim uma interpretação da realidade: uma maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas.
Segundo a psicanálise o inconsciente fala por meio de imagens simbólicas...
E segundo Lowenfeld o desenho tem as seguintes fases:
•Garatuja desordenada
•Garatuja ordenada
•Garatuja nomeada
•Pré-esquemática

GARATUJA DESORDENADA (1 A 2 ANOS):
Não tem consciência de que o risco é consequência de seu movimento com o lápis (RELAÇÃO TRAÇO-GESTO).
Não olha para o que faz. Segura o lápis de várias maneiras, com as duas mãos alternadamente. Todo o corpo acompanha o movimento. Faz figuras abertas (linhas verticais ou horizontais), num movimento de vaivém.

GARATUJA ORDENADA (A PARTIR DE 2 ANOS):
Descobre a relação gesto-traço e se entusiasma muito. Passa a olhar o que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização no papel. Varia as cores intencionalmente. Começa a fechar suas figuras de formas circulares ou espiraladas.

GARATUJA NOMEADA (A PARTIR DOS 3 ANOS):
Representa intencionalmente um objeto concreto , através de uma imagem gráfica. Passa mais tempo desenhando. Distribui melhor os traços pelo papel descrevendo verbalmente o que fez e começa a anunciar o que vai fazer.
Alguns movimentos circulares associados a verticais começam a dar forma a uma figura humana (esquema céfalo-caudal: a cabeça vai ser desenhada maior que o corpo.

PRÉ-ESQUEMÁTICA (4 AOS 6 ANOS):
Nessa fase aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto aos espaços, os desenhos são dispersos inicialmente, não relacionados entre si. A representação da figura humana evolui em complexidade e organização: aparecem lentamente os braços, as mãos, os pés, muitas vezes com vários dedos, radiados, e às vezes aparece o corpo.
A criança desta fase ainda não é capaz de organizar graficamente um todo coerente. Os objetos são desenhados de forma solta e a relação entre eles é subjetiva (posição satélite). Em relação a cor, a escolha é subjetiva e ligada as emoções do vivido.
A elaboração da figura humana está intimamente ligada á significação simbólica que as diversas partes do corpo têm para sua história pessoal, para a forma como a criança se percebe frente ao mundo. Assim, omissões, sombreamentos ou distorções podem representar conflitos internos. Enfim, é muito importante a criança ter oportunidade de se expressar seja através de desenho ou brincadeira. Dessa forma, estará vivenciando questões internas (muitas vezes conflitantes), ou seja, através do desenho e/ou brincadeira a criança "põe para fora" aquilo que ainda não dá conta de resolver. E cabe a nós, professores estarmos atentos as várias maneiras de expressões não-verbais (tão importantes quanto as convencionais), pois elas podem nos dar indícios do que a criança vive, experimenta ou sente. Portanto, fiquemos atentos!

Referência bibliográfica:
•Avaliação Psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos/Vera Barros de Oliveira e Nádia A. Bossa (orgs.) – Petropólis, RJ: Vozes, 1994.

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